Em épocas não muito distantes, quando bullying ainda se chamava "tiração de onda" e ninguém era encaminhado a julgamento por caçoar de um ou outro nerd, a ingenuidade e a insegurança eram só questão de tempo. Os anos passavam e mostravam quem era melhor: Aquele pessoal estranho, que geralmente tinha uma banda de rock alternativo, lia os romances de Palahniuk e apanhava dos playboys filhinhos de papai. Não existia motivo certo para isso, mas talvez a auto reflexão obtida pelos anos de castidade imposta e pela repressão sofrida por serem diferentes ajudavam muito. Fato é que os nerds de outrora são os ídolos do presente - Infelizmente, um presente decadente.
Aí beleza, o mundo evoluiu e a tal da internet se popularizou. Graças ao fator determinante do mundo digital, o "Imediatismo", acontecia uma revolução virtual por semana, o que por sua vez, levou o nosso modelo de vida da água para a coca-cola. Primeiro, a materialização dos nossos sonhos foi substituída por um... Sampler. O disco virou mp3, o filme virou mpeg e o livro virou blog. De repente qualquer pessoa tinha acesso a bens culturais vindos do mundo todo e em menos de um segundo.
Aparentemente, essa aceleração do consumo e da produção de cultura era uma coisa boa, mas... É aquela velha história milenar do lobo em pele de cordeiro. A internet teve como efeito colateral um culto exacerbado à efemeridade, o que obstruiu cada vez mais a auto reflexão tão importante para as gerações passadas. Com o acesso a tanto, criou-se um excesso de tudo. Em pouco tempo aquele pessoal lá do primeiro parágrafo, que tinha uma banda e tal, estava totalmente dominado pelo imediatismo e não tinha mais a capacidade de filtrar a informação. De uma hora para outro Chuck Palahniuk estava equiparado com Stephanie Mayer e Lady Gaga ganhando do Velvet Underground.
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